quinta-feira, 29 de abril de 2010

estultícia


O homem com toda a sua estultícia rejeita a Deus.
Quando todos se acham muito sábios é ai que começam a cair em suas estultícias...
Prov. 12:23.


Vi debaixo do sol
Como o rei Salomão
Que a verdade dói
Como ferida em erosão
A casa da estultícia
Esta pronta para a festa
Da mentira e falsidade
Duma sociedade funesta
Onde reina a astúcia, crimes de poderosos
Vaidade, mil fogueiras
Acendidas de falsidade
Vi debaixo do sol
Hipocrisia e poder
Cobra mordendo cobra
Sem poder se defender
Pois todos se achavam justos
Na maneira de pensar
Jogaram as cartas na mesa
Para ver quem vai ganhar


Anna Karenina
Poetisa descalça

Hipocrisia...


Hipocrisia...
Ela mora nos escombros
Nas madrugadas das noites frias
A espera da sua presa
Estraçalha com finos dentes
Mata a alma da gente
Como o fio de uma navalha
Ela se transforma em rainha
Em rei de glorioso poder
Ate tudo fenecer
Disfarça o rosto sombrio
Encostado em mármore frio
A rir da miséria alheia
Ela é tudo de ruim no mundo
Mata, mente e apavora
Vê a presa no espelho
Com grandes olhos vermelhos
De inveja e despudor
Depois veste alva cambraia
E quando o sol desmaia
Diz-se ser o amor...


Anna Karenina
Poetisa descalça

terça-feira, 27 de abril de 2010

terra da escuridão


Terra escura...
Feita de absinto e amargura
Que me trouxe a distimia ao alvorecer
Atraiu-me para a falsa maestria
Sugou minha energia de viver
Cortou minha garganta num só grito
Nessa terra um dia eu vi o amanhecer... O infinito
Hoje só espinhos posso ver
Escombros... Sombras
Como a Babilônia ao fenecer
Terra escura...
Hoje te canto em versos malditos
Aquela que antes foi...
A terra do amanhecer


Anna Karenina
Poetisa descalça

Vampiros??//Eles existem sim...




Quem disse ,que vampiros não existem?
Eles existem e podem estar muito perto de você
Tudo ou todos que nos tiram a harmonia, nossa alegria
Pode ser considerado um vampiro
Grandes ,são os meios deles te vampirizar
Vampiro não bebe sangue, ele estraçalha almas
Tira a sua inspiração, joga sua alma no chão
Quantas vezes, estamos em nosso caminho
E nos deparamos com vampiros...
Eles atacam, tiram teu valor
Seu poder è enlouquecedor
Deixam-te no chão e levam tua emoção
Encontramos vampiros, no ambiente familiar
Entre amigos...
Vizinhos e às vezes aparecem do nada
Somente para infernizar
Contra todos te colocar
Sugam teu poder, levam tua voz
E você, fica quieto sem gritar
Seus sonhos terminam ali
A menos que tenha forças para levantar
Por isso tome cuidado...
Os vampiros, podem estar em qualquer lugar
Não é somente uma história vulgar


Anna Karenina
Poetisa descalça

Aos vampiros, que já passaram pela minha vida
vocês não me venceram

domingo, 25 de abril de 2010

Veja se existe mesmo


Sempre estará viva
 Se você ser viva
 Na mente antiga
Sempre acordada

 Moldada por valores de estrada
Sempre a ver o sol
 Desperte o arrebol
Que existe em você

Cante a valentia da vida
Destreza de viver
Encarar o amanhecer
 Sem saber se haverá noite
Noite e dia pra viver

Acontecer, aparecer
Sentir o banho da lua
Branda e carinhosa com você
Veja se existe mesmo
Para existir e preciso
 Insistir em ser você



Anna Karenina
Poetisa descalça

covardia


Siga em frente
Não olhe para traz
A vida não espera por ninguém
Seja você mesma
Veja alem do alem
Não imite não exite
Em mostrar o ser você

Veja das coisas o lado melhor
Não existe você só
Nem só você existe


Veja as nuvens formam um bando
Mas quando se espalham
Voltam a ser sozinhas
E para a chuva caminham

Levanta a coragem
 Que trouxe um dia quando nasceu
Porque ninguém nasce covarde
Nem você, nem eu


Anna Karenina
Poetisa descalça

sábado, 24 de abril de 2010

Como é morrer...?


Como é morrer...?
Esta pergunta, já passou por sua cabeça...?
Você a deixou na memória se esvanecer...
...ou a enfrentou?
Não sabendo o que responder?
Pois é... Esta pergunta vive a me atormentar
Basta sozinha eu ficar... E ela esta La
Em minha cabeça a se formar
Sinto meu coração palpitar
A ideia de morrer não me cai bem
E aposto que a você também
Ela me apavora... Apavora a você também?
Escreveu se na antiguidade
 Que todos têm na mente
 E coração a eternidade
Não fomos feitos para morrer então...



Anna Karenina
Poetisa descalça

anjo do amanhecer


Tu nasces todos os dias com o alvorecer
Alvas asas de trigo e poder
Anjo lindo da paz e do saber
Mergulhas na luz do sol na linda alvorada
Só voltas ao teu céu ao anoitecer


Anna Karenina
Poetisa descalça

sexta-feira, 23 de abril de 2010

oração triste


Quem me dera voar até o infinito
Em lugar escondido ficar até minha angústia  passar
Mas não tenho asas pra voar

Quem me dera nas ondas do oceano
 Mergulhar minha amargura até tudo isso passar
Mas eu não sei nadar

Quem dera se as asas do vento
 Levassem-me por um tempo
Tempo de tudo mudar
Mas o vento é abstrato
Nunca o vi só o sei sentir

Como eu queria aos céus chegar
 Em teus braços me aninhar
Senhor da Criação
Mas sou simples pecador
 E de ti fugiria então

Mas assim como  laços fortes
Que nos prendem a vida e a morte
Só tu Deus seria a solução


Anna Karenina
Poetisa descalça

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cântico 111 - Ele Chamará (Cantemos a Jeová) - PORTUGUÊS

Mãe


Mãe... Amor sublime e raro
Tu és lamparina na noite
E água no amanhecer
Mãe tu sofres por quem um dia
Nesse mundo de magia
Tornou-se o teu rebemto
A rosa que feneceu, mas nunca se esqueceu
És tu mãe ao morrer
A bela fada dos sonhos
Que mesmo voando longe
Sempre da para se vê...


Anna Karenina
A poetisa descalça

O vento e eu...


Canto na minha poesia
A dor que me aflige todo o dia
Pra escrever o que na mente se ingressar
Talvez sem rumo e duras penas
Assim levo o meu rastro até as estrelas
Pra me poupar de rastejar qualquer defesa

Eu canto e ninguém ouve
O meu canto grito
Que espalhando assim em todo infinito
Fazem astros e estrelas estremecerem
Estou aqui nessa jornada só
Meus companheiros são as lágrimas e o pó
Da terra que um dia me cobrirá
Mais que eu cante minha tristeza
O vento espalha por toda redondeza
Que sou feliz...
É só uma questão de esperar



Anna Karenina
A poetisa descalça

terça-feira, 20 de abril de 2010

humano ser alado


webfoto

Sou uma ave da noite
Um humano ser alado
Ando nos lugares sombrios
Nos escombros arredios
Com o manto da noite me cubro
A esperar a aurora
Assim que os pássaros cantam
E hora de ir me embora



Anna Karenina
Poetisa descalça

insônia


A madrugada segue em frente
 A espera do amanhecer
Eu aqui somente...
Só... Na minha insônia
 Inconsequente...
Implorando o adormecer
Ser um mortal comum
 Que pode em paz dormir
Mas sei que e em vão
Nunca terei ilusão
De isso acontecer...


Anna Karenina
Poetisa descalça

segunda-feira, 19 de abril de 2010

mensagens das flores


As flores nos avisam, que é tempo de amar
Tempo, de renovação e de saber perdoar
Lançam seu doce perfume, pela brisa até o mar
As flores cantam alta, a paz que todos pedimos
Deixando-nos, um exemplo de que mortas nunca estão
Que em outras primaveras, novas flores surgirão


Anna Karenina
Poetisa descalça

Saudades


Saudades palavra antiga
Palavra doce e amarga
Saudades nossa inimiga
 Quando as saudades corroem
Saudades flor de amargura
Mas a diva da ternura
Sentir saudades è bom
Mas às vezes fora do tom
Tem saudades que machuca
Saudades que nos anima
Há saudades primaveris
Saudades outonais
De amigos, da família
Dos que amamos e muito mais
Saudades restos de nós
Que não nos deixam jamais


Anna Karenina
Poetisa descalça

O COLORIDO DO UNIVERSO


TENTEI TRAZER
O RUMOR DAS GRANDES ÁGUAS
PARA MINHA POESIA
MAS FOI EM VÃO
O PORTAL DAS ÁGUAS GRANDES
TEM UM FORTE GUARDIÃO
SINTONIZEI O BARULHO DAS ONDAS
NO FUNDO UM CANTO DE SEREIA
E O FULGOR QUE INCENDEIA
O MURMÚRIO DAS ILUSÕES

SENTEI -ME NA AREIA DA PRAIA
ENQUANTO O SOL DESMAIA
EU A PROCURA DE EMOÇÕES

BEM PERTO EU VI O CÉU ABERTO
E O COLORIDO DO UNIVERSO
ME FIZERAM DIZER NÃO

ANNA KARENINA
POETISA DESCALÇA

UIVOS DO CORAÇÃO


MEUS PENSAMENTOS SONOLENTOS
EVAPORAM SE AO TOQUE DA AURORA
NOITES DE ESQUECIMENTO
DE SE UM DIA TIVE VIDA
JÁ NÃO SOU A ESPERANÇA
NEM O LUAR
NEM A LEMBRANÇA
DE QUE APORTEI AQUI
SOU O DIA MAS SEM NOITE
SOU A NOITE SEM AURORA
SOU UM VULTO A CAMINHAR
SEM SABER ONDE VAI
SOU RESTOS DE LEMBRANÇAS MORNAS
SEM TEMPERANÇA...
SOU UIVOS DO CORAÇÃO
MEUS AMIGOS...ONDE ESTÃO??


ANNA KARENINA
POETISA DESCALÇA

sonhos


Escrevi sobre sonhos
Porque pouco tenho sonhado
Tenho meu sono roubado
Pela vida e a insensatez
Sonhos nos purificam
Abrem-nos as portas do infinito
È bom sonhar outra vez


Anna Karenina
Poetisa descalça

domingo, 18 de abril de 2010

O QUE È SER AMIGO...


Às vezes ficamos tristes
Quando os amigos se vão
Mas a verdade de tudo
É que não choremos então
Amigos são sempre amigos
Dão-nos forças no perigo
Estão sempre ao nosso lado
Mesmo nos achando errados
Amigos são flores raras
Da natureza um presente
Pessoal ou virtual
Amigos nos sentem...
Não chores nem desanime
Se alguém que julgavas amigo
Derepente te deixar
Às vezes tem males
Que vem para o bem mostrar
Amigos de verdade...
Não largam a amizade
Pois aqueles que se foram
Eram só rostos sem feições
No meio das multidões


Anna Karenina

A poetisa descalça


Aos meus verdadeiros amigos
paz,prosperidade
e o meu muito obrigada

O pio da coruja


Estou sò...
Sò como toda a ordinária humanidade
Não reconhecem que estão sòs
Não trazemos ninguém ao nascer e assim vamos morrer
Lentamente essa noite fria
Aquece minha alma vasia
Com um trago de licor
Amores que são passado
No tempo ficaram cansados
De um dia esperar por mim
Noite...noite vasia de solidão
O pio da coruja reverbera na escuridão


Anna Karenina
Poetisa descalça

flores do inverno


Escrevi sobre flores
Flores do inverno
São damas mimosas com vestes magestosas
Flores da invernada
São flores da geada
Que sobrevivem alem do tempo
Não enfeitam nenhum altar
Sentem o beijo do vento

O sabor da branca neve
Que a seus pès vem se derramar


Anna karenina
Poetisa descalça

sigo sem medos


Já não me importam os soberanos
Os imortais e os tiranos
Reis e rainhas não importam mais
Agora existo e eu insisto, medos e crimes não me atingem
Só me importa viver em paz
A minha essência è muito humana
Limpa, e sem figuras insanas
Meu átrio è forte,não cai jamais
Se o mal tentar-me arrastar
E a solidão me acompanhar
Já não direi... Eu tenho medo
Porque eu tenho um segredo
A vida è curta e sofrida, jogo no passado o que passou
Meu desencanto ao desamor


Anna Karenina
Poetisa descalça

O canto do infinito


O canto do infinito
Silencioso e aflito
Uma estrela a murmurar
Nas nuvens nesgas de pó
Poeira cósmica só
Grite o infinito na alma
Deixe o som dos silêncios
Do tempo do vento
A voz que faz tremer
O louco, o tolo
Os astros que muitos veem
A noite vem escrever
A historia que poucos leem


Anna Karenina
Poetisa descalça

aprender


Aprendi com as borboletas
Voam por entre flores
Asas soltas multicores
La vão elas em vôo liberto

Aprendi com os passarinhos
Cuidam todos dos seus ninhos
Nas àrvores e nos raminhos

Aprendi com os animais
Que viver já satisfaz
Não precisa se ter pressa

Na vida a hora esquecida
Assim como a hora da partida
A història ali contida
Como històrias de amor



Anna Karenina
Poetisa descalça

franqueza

=

Escrevi sobre homens
A humanidade enfim
Minhas mãos saíram queimadas
Minha pena quebrada
Escrever o ser humano è pura vaidade
Troca se madeira por marfim
O ser humano para ser um humano ser
Tem que voltar a nascer
Crescer
Procriar e viver
Não mais morrer
Escrevi sobre homens
Mulheres e crianças
Escrevi sobre mim



Anna Karenina
Poetisa descalça

sexta-feira, 16 de abril de 2010

a figueira


Eu choro lágrimas da chuva
Choro as águas do mar
Sou uma rosa sem encanto
 Um vendaval a formar
Sou a figueira tão tenra
 Que frutos passou a brotar
Sou do infinito estrela
Sou amor, mas sem amar


Anna Karenina
Poetisa descalça

A porta


Eu bem que poderia esperar
o mar e o rio
secarem
As estrelas de o céu caírem
E os deuses se afogarem

Assim mostraria a todos
onde mora a hipocrisia
O amargor e o desamor
Se fingir, finja que finge
Você não é a esfinge...

Que nos da enigmas torpes
Nem tampouco paradigmas
Aceite seu lado mal
Nem aponte no portal
A porta aberta de alguém
Feche a sua porta também
Pois na abertura da porta
Pode surgir o alem


Anna Karenina
Poetisa descalça

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Raquel


Aquietas-te alma minha
Deixa o medo e o pesar
Já saístes do Egito
Nada pode te tocar
Faraó e seus exércitos
Estão no vermelho mar
Tenha calma oh querida
Tens um Deus para adorar
Breve a tua vida
Outro sol vai iluminar
Terá lugar a justiça
Sem os que querem difamar
Aquietas-te oh Raquel
Prova tua ambrosia
Lembra-te que a poesia
Essa sim...
Nunca vai te abandonar

Anna Karenina

segunda-feira, 12 de abril de 2010

amada criança



foto web


Criança, tu não entendes...
O limite da minha razão
Eu sei... Compreendo-te
Meu pequeno coração
Não se deixe magoar
Por coisas de pouco valor
No vale da sombra da morte
Deves passar sem temor
Sem rumo se um dia ficar...
Não se deixe amofinar
Relembre a voz da justiça
Que escutavas até cansar
Esqueça a amargura
Pois no amargo não tem mel
Levante tua cabeça
Memoriza este céu
Mesmo que te esqueças
Que o mar tem seus limites
E quando ele insisti
Inunda todo o lugar
Que a terra sempre à de girar
As estrelas continuarão
Lá nos céus sempre a brilhar
Mesmo que num certo tempo
Você mude de lugar...


Anna karenina


Relembrando minha tristeza sem fim

Feira de Santana, BA, 18h12min, PM.

noite


noite de ilusões
onde tudo parece perdido
vale a pena ter existido
pra vivenciar essa noite
noite de fantasmas do passado
coração acelerado de medo...da noite
noite tão segura e tão escura
nem a luz da lua nua
veio te encantar...oh noite
noite de lágrimas e sentimentos
só tu noite conheces meu sofrimento
e pode aliviar a minha dor
noite não me deixes aqui sozinha
a aves de rapina
procuram por meu eu...noite



anna karenina

rua escura


essa rua tão escura
onde minha alma procura
rastros do amanhecer
nessa rua eu me perdi
tombei,quase morri
mas não perdi a razão
levantei- me toda rasgada
reconstruí minha alma
aquietei meu coração


anna karenina

sábado, 10 de abril de 2010

sou a sombra de passados


a tristeza tornou se minha irmã
e o fel a refeição das minhas manhãs
nunca mais ouvi a voz do bem te vi
nem o assovio do juriti
estou morta por dentro
embora viva meu lamento
cai de um céu de estrelas
me empurraram com vilanela
 se aproveitando
da minha fraqueza
 diante dos sinais dos tempos
meu pai negou minha existência
e minha mãe
 me desconheceu
 por muito tempo
as vezes me pergunto
 se realmente eu nasci
não eu não nasci
sou a sombra de passados
 exterminados
 antes que a terra veio a luz
talvez restos em evolução
 de algum projeto que não deu certo
minha alma ta de joelhos
e meu coração
 já bate fraco no meu peito
a respiração difícil
e eu prefiro a cova
 profunda e úmida
pra onde vamos nos filhos de Eva
no derradeiro
 suspiro da humanidade
meu Deus
não estou vivendo
esse dia de humilhação
estarei sonhando,meu Senhor?????????????



anna karenina

sexta-feira, 9 de abril de 2010


estou triste...
a tristeza vem
 e eu vou caminhar
andar
 nas estranhas estradas
que a vida
me preparar
ver essa gente
 cansada
 que não tem
 por quem chamar
sentir
 o barulho das ondas
 juntando se
 a chuva a desaguar
eu sofro
não só por mim
que ainda tenho
 onde morar
sofro
 por meus irmãos
 que na catástrofe
também  estão a chorar
lágrimas
 transformadas em sangue
por quem não mais voltará
como estão
 esses corações
 de amargura e de dor
esse povo
 já tão sofrido
 tão carente de amor
eu nada posso fazer
 além de uma prece
oferecer
e pedir a Jeová
 que traga teu reino
 oh JAH...
só teu reino
 teu amparo
 pode essa angústia curar
ao introduzir
 teu reinado
 sem humanos
 pra atrapalhar
trazer os que se foram
 e devolver
 aos seus lugares
um dia a tua voz
 todos eles ouvirão
pois tu terás saudades
 do trabalho de tuas mãos
e nessa terra eterna
 onde a dor não haverá
a morte teve a sentença
e jamais existirá
essa terra da noite triste
 breve vai perecer
e abriremos nossos olhos
na terra do amanhecer





anna karenina


baseado no livro de Jò

a partida


Mais uma vez olho as àrvores milenares
 Daquele sombrio bosque...
Sinto que elas se despedem de mim
Enxugo uma lágrima que em meu rosto rola
E parto em paz...
Já não sou mais criança e compreendo
 Que a vida é feita de partidas e despedidas
Já não choro mais...
 Mesmo as lembranças tomando conta de mim
Ouço o tropel dos cavalos
Atrelados a carruagem...
 Que me levarà para longe daqui
Longe de tudo, longe de mim mesma
Longe da alegria e da tristeza
Longe do que é concreto...
Já não pertenço a esse céu
Como sendo o meu teto...
Nem a nada que vive aqui...
Minha alma esgarçada
Pela dureza da natureza
 Segue muda sem um sim...
Jamais direi um não à vida
 Jamais direi um sim à partida
Nem cantarei mais a mesma canção
Agora sou visitante do deserto
 Morarei em tendas...
E comerei as tâmaras que colhi...
Vestirei uma longa túnica...
 Cingida nos lombos por uma fita de cetim
Sentirei saudades...
 Mas terei a humildade de agradecer
O que a vida fez por mim...



Anna Karenina

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sou o elemento surpresa


Não me julguem, sem saber quem sou
Deixo o tempo responder
 A pergunta que fizestes a mim
Esta sou eu...
Uma rosa do cais
Que não murcha jamais
Purpurina e serpentina
Bando de golondrinas
A gorjear nos campos de trigo

Essa sou eu a fome da vida
Que me devora
Mata-me na mesma hora
Antes que eu possa decidir
Se sou amada ou amante
Infante ou debutante
Esposa ou noiva maldita
Sou amaldiçoada e bendita...
Visto a túnica do pó
Da terra vencedora aflita
Amarra meu eu a palavra destreza...
Sou o elemento surpresa


Anna Karenina

barco a deriva...


Em um tempo de tempo
 Ouço a voz do vento
E o lamento do mar
As ondas estão agitadas
Anunciando a borrasca
É hora de descansar
As brumas além do pântano
O cântico soturno e lúgubre
Em escala gutural
Luz que brilha além do sol
Não deixa nascer à relva
Rege o sereno na terra
 E lapida toda a selva
Não havia chuva então...
Desce à terra todas as águas...
... Turvas curvam os montes
E extravasam as fontes
E o barco a deriva...
 No cume da correnteza
Sumiu no horizonte...
No agitar da brisa a leveza


Anna Karenina

mel e avelã



Vejo o mundo em dois tons
O musicado e o calado
Canto a canção das horas
Silencio o romper da aurora
E cubro de jaspe os pingos d’água
Ora sereno, ora tempestade
Levanto os olhos às montanhas do norte
E vejo que elas não sabem da morte
Nem do seu esconderijo
Deleito meu dia com mel e avelã
O fel pode vir amanhã
E tornar minha boca amarga
Comerei as ervas daninha
Morrerei ao chegar à tardinha
Antes que venha o anoitecer
Não verei o amanhecer...



Anna Karenina

terça-feira, 6 de abril de 2010

cara senhora


fotoweb

Cara senhora meu nome é ninguém
Não vim de nenhum lugar
 Nem pra lugar algum eu vou
Cara senhora beijo tua delicada mão
E peço a Deus o perdão
 Por mentir para a senhora
Sou um triste trovador
 Da vida conheço a dor
Do pão eu conheço a fome
Mas desconheço
 Qualquer forma de alegria
 De carinho e de amor
Pulei do rio Sacraiù
 Pra me livrar da grande cobra
Senão a estas horas
Estaria sendo a sua refeição
Imploro-te nobre dama
 Deixa do teu terreiro
 Eu fazer a minha cama
Pra descansar do pernoite
Amanhã muito cedinho
 Sairei de mansinho
Pra voltar ao meu caminho
Caminhar até cansar
Enquanto ouvir ao longe
O horizonte a me chamar
Já me despeço de vós
Não mais estarei aqui
 Quando a senhora acordar...



Anna karenina

a morte de uma rosa


Aquela rosa era o primor da estação das flores
O veludo das suas pétalas e o perfume que exalava
Ate os brutos embriagavam
Na sutileza do seu tempo
Sentia o beijo do vento
E caricias das borboletas
Quando o sol deitou no horizonte
O sinistro crepúsculo cobriu sua fronte
E desmaiou o seu sorriso
Era o fim...
O findar da rosa dos ventos
O fenecer da rosa dos tempos
Que encantou todos os elementos
Murchou então...
E suas pétalas ainda acordadas caíram no chão
Virou alimento vital pra roseira ainda bela
Nessa magnífica e divina aquarela
Daquela seiva já quase morta
Daquela rosa tão formosa...
Viu -se na roseira brotar um botão
Era o ciclo da criação



Anna Karenina

Tu ÉS rei eu sou rainha


Eu sou a fada do norte
O senhor que é meu consorte
É um rei que nunca nasceu
Entrego meu manto sagrado
Ao tempo em troca do brado
Das gramíneas da pradaria
Pois nos prados e nas colinas
Sou a princesa menina
Que nasceu há poucos dias
Corro em torno dos lobos
São meus irmãos e meus mestres
Somos como o cipreste
Nascemos silenciosos...
Cubro o rosto e escuto o lamento
Da coruja e do vento
Não nascemos não vivemos
Abstratos de real linha
Tu ÉS rei eu sou rainha



Anna Karenina

canção do tempo



De ao tempo
 Um tempo
 Pra que ele
 Possa te esperar
Não de motivos
 Ao tempo
 Pra ele se irritar
Nunca deixe
 O tempo
 Sem tempo
 Com excesso
 De labutar
Deixe o tempo
 Ter seu tempo
 Pra poder te ajudar
Faça do tempo
O seu templo
 Onde possas orar
Ensine louvores
 Ao tempo
 Pra que  ele
Aprenda a cantar


Anna Karenina

o trem do meio dia


Vem o trem do meio dia
 Apitando na estação
Esse trem não traz ninguém
 Que balance meu coração
Subo a rampa da floresta
 E da fresta de uma pedra
 Vou o trem espionar
E ver os que vão chegar
Ver as damas em finas sedas
E perfumes de jasmim
Seus rebentos rechonchudos
Mais parecem  querubins
Carregando as bagagens
 Vai atrás o moço pobre
O cavalheiro ao lado
 Parece de sangue nobre
São personagens perfeitos
 De uma vida de riqueza
Em seus modos suas vestes
 Vê- se logo a beleza
Olho nos trapos que visto
 E reflito sobre a vida
Seu moço não é inveja
É só um lampejo de espírito
Porque uns nascem tão pobres
Enquanto outros tão ricos...?


Anna Karenina

segunda-feira, 5 de abril de 2010

GUERRA DAS FLORES


Meu temor sempre insiste
Chega às margens do limite
Meu medo é um canto triste
Como um trovador solitário
Carregando seu rosário
Das dores e das aflições
Quisera poder descansar
No Seol me estreitar   
 A espera da redenção
Nos campos ouço o uivo das feras
Procuram-me, esperam-me
Nos limites da razão
Se sou dono de um canto triste
E o medo ainda existe o Seol é a solução
Nas águas que vem dos rios
Desaguando mares afora
Eu espero a aurora
Com a candeia na mão
A lua hoje é vermelha
E o sangue que ora incendeia
 Entre gritos e grunhidos
 De feras e assombração
Nos campos os lírios morreram
As tulipas enfraqueceram
 E as rosas lutaram em vão
Nessa guerra só de flores
 Onde morrem os amores
Morre também a esperança
Dos encantos,das lembranças
E o bater de um coração



Anna Karenina   

horas mortas



Vida, areia branca da praia
Túnica branca de cambraia
Perfume de flores no ar
Dor, que queima o peito e esmaga
Singela alma desmaia
Na amplidão do infinito
Viver, se entregar sem saber
Que essa curta duração
Leva-nos a cair no chão
Cair de tanto correr pela trilha
Da arena serena da vida
Sem flores, amores, emoção
Sentir a luz do alvorecer
Mesmo os olhos não podendo ver
Enxerga- se com os olhos da alma
Alma Irmã assim necessária
 Pra sentir o aroma dos campos
Dos pássaros ouvir o canto
E lutar nas horas da queda
A queda do cume do morro do tempo
Sentir o balanço do vento
Veloz nos acordes, na guerra
Impera- se que fiquemos calados
Ouvindo do sino o brado
 Em alto som da ilusão
Cantemos as horas mortas
Cantemos é isso que importa



Anna Karenina

GAZELA


Correntes que me prendem
Paredes que me sufocam
Nesse meu resto de vida
Lutar já não mais importa
Os lanceiros me espreitam
Durante toda a madrugada

Correndo pelas montanhas
Sou uma gazela cansada
Não posso olhar pra traz
Sinto a presença do predador
Dos fantasmas do passado
A perseguição de uma ilha
Que me fazem tanto horror
E Tropeçar na minha trilha



Anna karenina

Vem... Minha amada alma


Vem... Eu te mostrarei todas as terras do amanhecer
Desde o nascente ao poente
As águas da lua cheia, e as folhas da lua crescente
Vem... Vamos dançar a valsa da aurora antes que torne anoitecer
E a brisa da madrugada faça- nos esquecer
Esquecer que brilha o sol, para mim e pra você
A lua adornada de prata vem logo nos receber
Vem... Esqueça por um minuto a dor de se viver
As lágrimas que hoje derramas pérolas amanhã vão ser
Vem... Se estas cansada te carregarei no colo
Deixe o passado pra traz vamos o presente viver
Descansa no meu ombro vou cantarolar pra você...
Logo... Logo adormecer
Quando acordares verás que tem um novo dia a nascer
Sem nada de aflito sem mal nenhum a temer
Te cingirei de cambraia da mais branca que possa ter
Vedarei teus lindos olhos
Pra que destruição não possas ver
Sou teu anjo da guarda e tu és o meu ser
 Minha vida meu haver
Vem... Minha amada alma
 Que eu vou te proteger...



Anna Karenina

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Espero a tua paz


Nas tuas mãos estou Pai meu
Contemplo-te desde o mar
 Os céus e toda criação
És rei de tempo indefinido
E eu estou em tuas mãos
Cerca-me o passarinheiro
 Com sutilezas e devastação
Mas estou na tua sombra
Não verei destruição
Cansada estou Jeová
Já não como meu alimento
 Nem mais a minha água bebo
Tenho medo e consternação
Espero a tua paz
 Na mais profunda escuridão



Anna Karenina