quinta-feira, 29 de outubro de 2009

a minha despedida




Em memória de Mira que faleceu ontem a Noite

Lamento tua partida
Fostes sem avisar
A saudade traiçoeira
 Hoje toma teu lugar
Um dia todos irão
Ou por terra ou por mar
No porto da solidão
Iremos todos se encontrar
Eu aqui fico esperando
 A esperança me buscar
Nas asas do vento oeste
Nas madrugadas do alem
Seria a voz da chuva
 O murmúrio de meus soluços
Sofridos por não entender
 O que fazer nessa mansão
Que nos leva de volta a terra
 Na maior condenação
Não se importe com meu pranto
Ele se faz necessário
Eu continuarei aqui
 A desfiar o meu rosário
Quando as brisas da noite
Esmagarem os olhos meus
 De tanta lagrima que rola
Nessa dimensão estarei
Quando a verbena em flor
 Estiver na estação
Levarei a tua alcova
Mas não de atenção
Durma o sono do justo
Porque o justo
Também finda
Você de mim
Não se lembra
Na sepultura
Não há lembranças
 De você eu lembro ainda
Seguirei no trem da tarde
Que para na mesma estação
Descerei também a cova
Deixarei  gente a chorar
Mas uma  coisa te digo
Mesmo não estando contigo
Lembrarei do teu pesar
Lembra que um dia
 O pai de todos da humanidade
Sentira saudades nossa
 E nos trará de volta
Ele sentira saudades de ti
De mim e de todos humanos
Que fazem da sua vida
Um jardim aos pés do trono




Anna Karenina

tempo De pedir perdão


web foto
Quando andei
Nos caminhos
Da destruição
Sentindo o egoísmo
Em esfera astral
Passei perto
Do recinto do mal
Senti as frias presas
Da astucia do maldito
Ouvi o coro
Celeste da impureza
Quando ainda no céu
Procurava à presa
Sai do caminho do bem
Entrei na floresta da noite
Guardei a vereda
Da injustiça
E espreitei a justiça
Ataquei a traição
Aquele que
Deu-me a mão
Menti pra não morrer
Entrei no inferno
Sem querer
Cobri o rosto contra o bem
Lavei as portas
Da casa das astucias
Fiquei cara a cara
Com a estultícia
Sentei no banco dos réus
Da malicia
Tranquei nas garras
Das trevas
A minha dor
Mergulhei na tentação
Esqueci que havia
Um salvador
Mas há tempo
De pedir perdão


Anna Karenina

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Eis a pergunta sem resposta...



Eu senti...
Você sentiu?
Quantos alem de mim?
Talvez poucos...
Talvez muitos...
Nega- me o desconhecido conhecer
Somente o poeta pode entender
Somente o poeta...
Pode dizer o que sinto agora...
Medo da escuridão...
Que aflora agora da imensidão do mar
Mar de almas...
Mar agitado de seres aflitos
Procurando a solução
Mar humano... Sofrido
De grande concentração
De vozes desesperadas
Mar de multidão...
Todos diferentes em suas classes sociais
Crenças e rituais
Raças e realezas
Todos a procura da resposta que é a mesma
O segredo que para muitos
Já è descrito...
Mas que ainda esta prescrito
No silencio e na ignorância
O nosso segredo...
O meu
O teu
O de todos nos...
Criaturas baixando ao pó
Talvez hoje
Talvez amanhã
Ou num futuro remoto
Todos atrás...
De um só segredo
De uma só resposta
Daquela que ninguém tem
Mesmo que seja
O maior dos sábios
Aquela temerosa e incontida pergunta
Que cala ao amanhecer
E renasce ao anoitecer...
Aquela que não tem como se esconder
Levamos aonde vamos.
Não importa o quanto vivamos
De onde viemos?
? E para onde iremos nós?
Eis a pergunta sem resposta.....



Anna Karenina

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu quero ...



Eu quero ...
O encontro
Das águas
Do rio
Do mar
O encontro
Dos planetas
O voo
Das borboletas
Eu quero
Os raios
Da lua
Ao banhar
A enseada
Eu quero
O sol
À tardinha
E o romper
Da alvorada
Eu quero
A paz
E o amor
Reinando
Na pátria
Amada...


Anna Karenina

Preconceito



Eu queria...
por vezes falar de mim
Mas por vezes
não tenho coragem
Porque por vezes senti
A ponta...
De o preconceito
ferir-me a alma
Eu às vezes sentia
necessidade de gritar

Mas às vezes o grito não saia
Sentia o aperto na garganta
E a pergunta que não cala
Será que no mundo existem
Pessoas santas?
Pois se existem,
Não sou uma delas
Anna Karenina

Descubram esse enigma




Ontem fui à igreja
Hoje estou a pecar
Hoje fui à igreja
Lavar meus pecados de ontem
Mas amanhã não sei
Se Deus vai me perdoar
Se caso eu voltar a pecar
A mente humana
È minùsculamente grandiosa
De tão grande o seu poder
Que torna- se pequena e insignificante
Mas quanto aos sábios
Que descubram esse enigma
Quanto aos felizes
Continuem a dar risadas
Pois aqui tudo termina
Mesmo na fala mansa
Encontra-se a traição

Anna Karenina

DOIS GUERREIROS EM MIM




EXISTEM DOIS GUERREIROS EM MIM
MENTE E CORAÇÃO...
COMO REINOS ALUCINADOS
NUNCA ESTÃO DE ACORDO
NUNCA ME DEIXAM EM PAZ
QUANDO UM FAZ UM PROJETO
O OUTRO REPROVA
QUANDO OUTRO FAZ PLANO
O OUTRO DESFAZ
VIVO UMA GUERRA CONSTANTE
DENTRO DE MIM MESMA
CORAÇÃO QUER
MAS A MENTE...
MOSTRA OS CONTRA
E EFEITOS DANOSOS
MENTE PROJETA, MAS O CORAÇÃO
LOGO DESARTICULA
O QUE FOI PROJETADO
E NESSA GUERRA ABSTRATA
SEMPRE O CORAÇÃO
É QUEM GANHA
SE EU NÃO...
TOMAR CUIDADO

ANNA KARENINA

Meu canto triste




Porque eu sonho
Que os valores... dessa solidão
De paisagens, multicores e ilusão
Porque eu grito... Essa saudade dilacera
o meu coração
De muitas vidas assim vividas na imensidão
Do vento leve que me leva a destruição
E do amor que só me da à salvação
Então eu canto...
Por minha vida, La num canto distorcida
E rendida aos temores meus
Meu canto triste não existe com exatidão
Deixe-me então por um momento
Eu pensar em Deus...


Anna Karenina

Vida vazia



Escreva o que te traz alegria
Mas também tua tristeza
Pois fazem parte da vida
Disso tenha certeza
Esqueça os teus temores
Mas depois de resolve -los
Nada pior para a alma
Do que magoas armazenada
Não tenhas medo do escuro
Nem das grandes tempestades
A vida vira uma farsa
Se ela não for bem vivida
Escolhas teus sentimentos
E guarde os que forem bons
Joga fora a ironia, esqueça a hipocrisia
Ninguém pode ser feliz
Vivendo uma vida vazia


Anna Karenina

Não è lição de moral



foto web

A hostilidade e o ódio fazem
Mais mal ao seu dono
Do que a pessoa a qual foram dirigidos
Muita gente acha que tendo
Esses tipos de sentimentos contra alguém
Estará fazendo da vida
Desta um inferno
Mas grande engano
Quem odeia...
Sofre no físico os danos
Dos sentimentos ruins
Nosso coração e nossa mente
Fontes de emoções
Sofrem muito
Com sentimentos negativos
Cada vez que uma pessoa
Odeia ou despreza outra
A carga de emoções torpes
É despejada em suas veias
Correndo como veneno
Trazendo estrago silencioso
Foi comprovado que a emoção maior
O AMOR... Pode salvar uma vida
Quando sentimos
Amor e carinho por alguém
Somos banhados
De algo divino e acolhedor
Que sara nossas feridas
Emocionais...
Li um artigo há muito tempo
Que nas salas de autópsia
Registram-se muitos INFARTOS
E...
AVC que levam muitos a morte
E às vezes os deixam
Com seqüelas incuráveis
Mas o que essas
Autópsias não contam
É o que esteve por traz dessas
Mortes em muitos casos
Raiva, ódio, decepção, rancor
Explosões de fúria...
E todo tipo de sentimento
Negativo e ruim
Que arrancou da terra
Mais uma vida
De alguém...
Que não soube perdoar
Ou aceitar as fraquezas do próximo
Pensem nisso
Não è lição de moral
É a realidade

Anna Karenina

Sonhos misteriosos



Nada havia, pois nada existia
Somente o som das águas
A voz do vento começou a ecoar e assim se fez
Nada tinha, pois nada existia
Somente a voz do vento e o som das águas
Ao longe o piar de uma coruja
Revoada de pássaros com seu canto alegre
Nada tinha, pois nada existia
Somente pássaros água e o vento
Aos poucos me lembrei da ultima vez
Que tinha dormido tão profundamente
Não existe mistério no sono
Somente... Sonhos misteriosos

Anna Karenina

Estradas da minha terra




Quero sentir, a poeira
Das estradas da minha terra
Sujar meu rosto com seu beijo único
As mesmas veredas ladeadas de alecrim
Como eu gostaria de voltar no tempo
E ver meus pequenos pés
Naquela areia branquinha do riacho
E Respirar o doce ar
Perfumado de acácias
Sentia o vento balançar meus cabelos
E cochichar em meu ouvido
Levando minha curiosidade para
Seus feitos e suas viagens
Mirabolantes através dos tempos
Imaginei se daqui a muitos anos
Ele seria o mesmo vento
Que me contava aventuras e desventuras
Mas mergulhei no anonimato físico...
Cresci e esqueci-me de ser feliz
Esqueci o beijo da poeira
A areia cobrindo meus pés
A voz do vento a me chamar
O perfume das flores silvestres no ar
Esqueci que ser criança mesmo infeliz
È melhor do que ser um adulto
Aparentemente feliz...
Feliz pra mostrar ao mundo aparências
Para fugir de criticas e cobranças sociais
Quem me dera poder voltar...
Voltar, e andar nas...
Estradas da minha terra

Anna Karenina

FEIRA DE SANTANA
,BA

filhas da noite




Eu vos imploro
Oh filhas da noite
A trazerem as vagas e tênues
Cores do amanhecer
Para enfeitar meu nascimento
Pois me esqueci de nascer
Nas frias águas do córrego
Que se junta ao ribeirão
Vais encontrar minhas mágoas
Meus prantos de solidão
Esqueci-me que a morte
Vem depois da vida... A galope
E que as nuvens trazem chuvas
Quando sobem as águas do céu
Eu te clamo oh virgens puras
Que escondam- me
Ate o meio dia...
Vou sentar ao pé desse carvalho
Colher flores e azevinhas
Trago a cesta repleta
De alecrim e manjericão
Levo de volta a vaidade
Que encontrei
Em meio ao caminho
Sentem que já vou partir
Pras manhãs do meu futuro
Imploro-te oh virgens belas
Deixem-me em lugar seguro...


Anna Karenina

O infarto de uma nação




Morro a cada dia
Ao ver o sofrer do meu irmão
A cada dia morro
Ao ver uma criança sofrendo
A cada dia sinto
A tristeza do idoso abandonado
Sinto no peito
A dor das famílias dos assassinados
Antes que a terra
Vire numa vermelha lagoa
Sinto que a vida
Não tem mais valor
Tudo parece permitido
Tudo parece ser normal
A fome a guerra a morte o mal
Morro cada dia
Quando vejo a voz insana desumana estranha
Maldita e infame
Do crime da trama do desamor da dor e do terror
Ha um silencio na terra
Ha um silencio no ar
Um silencia no infinito
Um silencio no mar
Um minuto de silencio
Um minuto pra pensar
Salvemos nossa terra
Salvemos nosso povo
Pede socorro...Nossa nação
Enfarta - lhe o coração



Anna Karenina

Meus cabelos cor da lua




A lua brilha majestosamente
Enquanto eu procuro meu brilho
Mas ninguém pode brilhar como a lua
Senti inveja da luz prateada que emanava dela
Então olhei meus cabelos...
Que estavam também cor de prata
E vi que a lua iluminava com inveja meus cabelos
Através do seu luar branco e singelo
Pedi licença às estrelas que viram nosso diálogo
Nosso diálogo sem dizer coisa nenhuma
Pois sou como a lua
Nunca falo
Nunca pergunto
Porque a lua tem a mesma cor de meus cabelos?

Anna Karenina

Era uma vez ...



Era uma vez ...
Na beira...De um rio sem nome
Uma casa sem endereço
Onde tive um começo
Nasci pobre e franzina
Mas era uma bela menina
Não tão bela, nem tão pobre
Mas eu tenho... um brilho nobre
De alguém...que não fugiu da luta
Senti a alma vazia,
Atrás do vento eu corria
Mas nunca, cai duas vezes
Nessa jornada estranha
Sou, como a queimada
Na serra... onde alguém
Prepara a terra ...
Para uma boa colheita



Anna Karenina

Brasil



Brasil... flor de fornalha ardente
Brejeiro e conquistador
Brasil... terra de mil caras,
Terra das mil porções
Brasil... enganado sabe viver
Vendo essa gente amanhecer
A procura do pão...
Brasil... terra que deu certo
Mas digo de peito aberto
Não foi tão certo não
Brasil... acorda desse sono bendito
Saia desse berço eu insisto
Espanta os que te devoram
Acolhe os filhos que te imploram
Imploram por solução

Anna Karenina

Uma bela sinfonia de Beethoven




Minha alma voa por campos e montanhas verdes
Espreitando a luz do sol no infinito
Leva a leveza das cores do arco Íris
Leva a candura e a inocência das almas puras
Finda à tarde em crepúsculo radiante
Encolho-me ao sentir o Minuano passar
Há... quem me dera continuar a voar
A sentir o perfume no ar
Vivendo nas trilhas dos seres benditos
Ao longe soa um grito...
São outras belas criaturas
Que juntam se a mim
E assim como eu...
Deliciam-se com a canção
Dançam como ninfas de asas abstratas
Enquanto ouvem...
Uma bela e indecifrável
Sinfonia de Beethoven
...
Anna Karenina

*LOVE IN BLUE*



DESÇO A LADEIRA QUE ME LEVA AO PEQUENO RIACHO
MINHA ALEGRIA ESTA A SAIR PELO CORAÇÃO AFORA
CANTO UMA CANÇÃO... LEMBRO-ME AINDA
ERA *LOVE IN BLUE* A CANÇÃO QUE ME FAZ LEMBRAR VOCÊ
ERA UMA MANHÃ ENSOLARADA DE VERÃO
EU ERA FELIZ...
FELIZ... COMO A CORÇA SALTITANDO NAS MONTANHAS
FELIZ... COMO A GARÇA NA LAGOA A NADAR
AINDA ME LEMBRO DA FELICIDADE QUE SENTIA
EM SABER QUE AO VOLTAR PRA CASA VOCÊ ESTARIA LA
MAS HOJE SÒ RESTA A LEMBRANÇA FRIA
UM INSTANTE DE MAGIA, SEGUIDO DE AGONIA
VOCÊ... NUNCA MAIS VAI VOLTAR

ANNA KARENINA

Aurora Boreal




Luzes estranhas, aurora boreal
Nesse caminho que sigo descalça
Eu a vejo bem perto de mim
A solidão da mata virgem no amanhecer
Quebrada pelo gorjeio dos pássaros
Saindo de seus ninhos
Um breve assovio eu escuto
Minha pele fica eriçada de pavor
Não estou só...
Não pensei encontrar alguém
A essas horas do dia
Que assim como eu a vagar
Como alma perdida
Na mata ainda semi adormecida
Mas você apareceu do nada
Seus olhos traziam o frescor
De muitas madrugadas
E na sua pele morena
O sereno que caia...
Ficamos frente a frente
Não sei quem estava mais perplexo
Mas você estava ali...
Deitei-me em seus braços
E voltei a dormir

Anna Karenina

INGRATIDÃO




E ASSIM FOI...
ENCONTREI-TE NESSA ESCURA RUA
ONDE AS PESSOAS SEGUEM CANSADAS
CORPO ENCURVADO
DAS CARGAS DA VIDA
SENTI QUE VOCÊ NÃO ESTAVA BEM
TALVEZ NÃO SE LEMBRE, MAS ASSIM FOI
ENTRAMOS NUM BAR E TE OFERECI UM CAFÉ
FOI ENTÃO QUE EU VI...
VI QUE TEU MUNDO ESTAVA SEM BASE SÓLIDA
DEI-TE MINHA MÃO
A MESMA MÃO QUE MORDESTE
COMO CACHORRO INGRATO
NUNCA TE ODIEI
SOMENTE O DESPREZO FEZ PARTE
DE MEUS SENTIMENTOS
NÃO ESPERO TUA VOLTA
MAS SE VOLTAR...
MUDE A RUA POR ONDE PASSAR


ANNA KARENINA

Lendas de outono



Movimento na noite
Movimento na madrugada
Fim de estação, segredos
Coração partido...
Esperança de um tempo
Que ficou distante
Lampejos de raios da lua
Os mesmos que nos viram na rua
Lendas de outono a estação dos frutos
Flores na janela... Miosótis
Eu acredito na sorte...
Na vida de muitos, roseirais
Arrebol de flores belas
Em estranhas aquarelas
Visão de tudo que existe

Anna Karenina

O vento decepção



O vento decepção
Caminhos tortuosos na serra
Labirintos do nada a se formar
Entre a investida da hora
Do minuto do segundo
Num farfalhar de seda rasgada
Um tempo que sopra no ouvido do vento
Maresia terra fria farol no mar a brilhar
Contente vai o tempo a seguir a estrada do vento
E a mostrar toda destruição...

Anna Karenina

Vidas que Ficaram no mar...




A luz a lua
O sol o ar
O mar
As ondas
A vagar
Sempre
O infinito
Longe
E perto
Na escuridão
Das vozes
Do silencio
Som fragmentos
Metálicos
Do alem
Vagas das ondas
Levantam
As ordinárias
Vestes
Das virgens
Do som
Das bravias
Sombras
Do abismo
Quem são essas
Sombras a vagar?
Vidas que
Ficaram no mar...



Anna Karenina

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Torre de marfim



foto pessoal



Ambivalência esquisita
Amor e ódio em confronto
Sabedoria perdida no que resta
Do real dos algozes
Falha ao concluir opinião formada
Sobre tudo que existe
Anel de diamante com aro de marfim
Eras a pedra preciosa
Era o começo e o fim
Bela torre de marfim

Anna Karenina

Espíritos, esquisitos




No fim de tudo a escalada
Na montanha a morada
Luz em final de túnel
Serpente veloz enroscada
Medo de ter medo
Medo de não ter nada
Soluços na madrugada
Espíritos, esquisitos
Tomam formas de luz
Tão resistente quanto o tempo
Que levo para sonhar
Acordar...
Espreguiçar
E crer em coisas descritas

Anna Karenina

No infinito me escondo


foto pessoal



No infinito me escondo
Fugindo do desamor
Do sol a luz refletida
Das estrelas o fulgor
Da lua magia branca
Linda, leve, prateada
Das grandes montanhas
Na neve a voz que fala
No sonho correndo
O tempo no céu
O azul, o branco das nuvens puras
Vejo-me no oceano
Espelho me em muitas águas

Anna Karenina

Sou fantasma da solidão




Sou fantasma da solidão
Pereço no abstrato
Não tenho nome
Nem cor nem forma
Sou como o balanço do vento na palmeira da praia
As ondas do oceano me carregam na maré
Sou simples e belo filho de Adônis
Percebi minha fúria ao sentir a lua nova
Sou solidão que maltrata
Enverga a haste sem quebra La
Sou um conto de fadas
Sou bicho do mato
Sou lendas que vem
Do nascente
Dirijo-me ao poente
Onde passo fica frio porque sou solidão
Não me perguntem ...
Porque...
solidão não tem coração

Anna Karenina

SUBLIME FANTASIA



SUBLIME FANTASIA
RECORTES DE MAGIA
SUSPIROS DE ENFADO
MEDO DE SE ENCONTRAR
PERDER PARA GANHAR
GANHAR PARA DOAR
DANÇAMDO A DANÇA LENTA
VALSAR, NO TEMPO A TEMPO
COM PASSO MADRIGAL
SOANDO COM O VENTO
LEVANDO A ALMA CHEIA
DE MISTÈRIOS DE CONQUISTAS
MIL ROSAS DE FULGOR
VERMELHAS DE SANGRIA
CORAÇÃO ABERTO. INCERTO
SEM VOLTA EU SERIA

ANNA KARENINA

*Teu nome*




foto web

Caminhos que me levam
A segurança...
Um modo de ter esperança
Já não ligo nem consigo
Rever a sombra
De teu rosto outra vez
Sumiu como fumaça
Levada pelo vento
Esquecer eu queria
Mas jamais poderia
Esquecer quem tanto amei
Traços de tristeza na voz
Denunciam a dor e a solidão
Retratos apagados pelo tempo
Sopro de vida...
...exalando a palavra tão querida
Palavra, que num vendaval some
Palavra doce...
*Teu nome*

Anna Karenina

A dança de primavera de Terpsícore




Ao longe... Muito longe
O som mavioso
Como um segredo de primavera
Etéreo e doce perfume
De seres encantados
Em sua dança mágica
Exuberante, quase profana
Um despertar de luz... Criaturas aladas
Sinos sinistros...
Anunciam a alvorada
Alegria volta à terra encantada
A voz longuicua de Terpsícore... Faz se ouvir
A dança exótica, chegando a seu clímax
O perfume deixa êxtase e entorpece
Levando a devaneios...
Ela, dança enroscada... Em véus multicores
Esvoaçante marcando a balada do tempo
Lembrando de seus amores
Som de cristais batendo se contra as rochas milenares
Ela senta em seu trono de marfim...
Seu manto de letras musicais
Suspensas no ar...
Então... vem a primavera
No reinado de Terpsícore


Anna Karenina

Poesia perdida





Eu a perdi...
Perdi por um erro de memória
Por uma distração atoa
Perdi minha poesia
No córrego da magia
Que como água cristalina
Transformou a lagoa da campina
Procurei sem resultado algum
A minha poesia bela,
Não posso recria La,
Assim como o pintor
Nunca repete o mesmo quadro
Só temos uma inspiração
Pra cada criação
Escrevendo o que sinto
Surge nova musa nesse meu dia
Minha perdida poesia


Anna Karenina

Meu eu



Meu eu, sentindo o ser
Virando tudo
Meu ego mudo
Minha vez de amar
Sonhar, sonhos perdidos
Corpo esquecido
Pela alma amarga
O ser infante, mas tão galante
Sobe a parede da escuridão
Desce em brancas nuvens
Corre em lentos cometas
Esvazia as gavetas
Joga tudo no chão
Desespero-me, mas em vão

Anna Karenina

Anjos sobre rodas



foto web

A estrada é íngreme
E o perigo esta presente
Rostos maravilhados...
Pela densa floresta
Que se vê ali perto
Encantados por sorrisos
De liberdade e alegria...
São como anjos ensaiando
Um voo rasante...
Com suas asas coloridas e brilhantes
Todos sobre duas rodas...
... Fazem dessa vereda uma ciclovia
Atiram-se à velocidade
Sem perceber o perigo...
O que importa é adrenalina
Nele escondido...
A sensação de poder
Seguir em velocidade
Velocidade da luz
Velocidade da ansiedade
Que impele a alma humana
A enfrentar as pedras no caminho
Que esta a sua espera...
Nada os impede...
Não importa a estação do ano
Importante é viver
O momento de êxtase e rebeldia
Sentir o vento no rosto ...
De o perigo sentir o gosto
Sem se importar...
Com o que trará o outro dia
Pois nesse momento...
Longe vai o pensamento
Absorto na magia...
Da velocidade do tempo
Correr de encontro ao vento



Anna Karenina

domingo, 25 de outubro de 2009

O anjo pianista



Homenagem a minha amiga Cirlei

Tem a candura de um anjo
A inteligência dos mestres
A simplicidade das fadas
A beleza das ninfas...
Brilha como as estrelas em noite alta
Ela é mulher guerreira, mas delicada
Tem a experiências de muitas jornadas
Sua simpatia é algo que conquista
Ela é um lindo anjo pianista...


Anna Karenina

Loucuras de verão



foto web

Subo a estrada colorida de muitas vidas
Saltitando em mil formas
Plataformas e estação
Guarda chuvas, sol a pino
Água salgada
Madrugadas... Auroras assistidas
A ver o mar, loucuras de verão
Sol que queima que bronzeia
A carne exposta
Largas costas... Pernas grossas
Cinturas de pilão
Maré brava, lentas águas
Misturam-se nas loucuras de verão
No horizonte umedecido
Surge a vela de barcos indolentes
Voadores, incolores
Abstratos
Morto a distancia de tanta canseira
Suadeira... Bebedeira
Loucuras de verão


Anna Karenina

a serra




Quanta terra teria a serra
Quanto mato rasteiro ali se encontra
quanto verde enigmático vê -se na serra
Quanto custa viver na serra inteira
Viajar por veredas insondáveis
Ver as arvores que cercam as clareiras
Colher as flores silvestres na primavera
Banhar- se no riacho de águas limpas
Sentir o cheiro do manjericão
Trepadeiras, e açucena do mato
Azuis borboletas em revoadas
Juntam- se a uma multicor caravana alada
Pássaros cantando ate a noitinha
Saudades eu tenho dessa terra que era minha
O rumor da ventania nas palmeiras
E o barulho sossegado de muitas feras
Quem me dera voltar a essa serra
E sentir o prazer de não sair
Sentar- me a beira do carvalho
Dormir e sonhar...
Sob o manto do orvalho

Anna Karenina

QUEN SOU EU?



Assim como o vento corro invisível
Assim como a água corro pro mar
Assim como o tempo corro na esfera
Na esfera terrestre e canto no ar
Sou tempo sou vento sou água sou mar
Sou as flores secas de um jardim extinto
Sou as folhas de outono caindo no chão
Sou uma estrela cadente que se viu no sertão
Sou a historia da terra que ninguém contou
Sou fera atingida Por flechas do amor
Sou garça branca no rio a nadar
Sou Narciso se espelhando no lago
Sou a bela adormecida que nunca acordou
Sou o raiar de uma aurora sem data
Sou fogo que extingue a mata
Sou a alma em forma humana
Que aqui aportou...


ANNA KARENINA

DESSE CORAÇÃO PEQUENINO



NO BLOCO DE NEVE, QUE COBRE O LAGO
NAS FLORES DE NATAL, QUE ENFEITAM AS ARVORES
NO RIACHO DE MANSINHO, CORRENDO NA MATA
NO CANTAR DOS PÀSSAROS DA FLORESTA
NO SILENCIAR DO SOL NA NOITINHA
NA VADIAÇÃO DA LUA E DAS ESTRELAS
A CORRER NO CÈU COMO ESTILETES DE VIDRO
NO PALPITAR DE UM CORAÇÃO
DENTRO DAQUELA MOITA DE GRAVATÀ
ERA UMA LENDA QUE A MAGIA
DO TEMPO DEIXOU PASSAR...
ERA UM CONTO DE FADAS
SAIDO DO UMBRAL DO TEMPO
ERA UM NAVIO PERDIDO NO MAR.
NAS ONDAS GIGANTES...
SEREIAS QUE CANTAM
CHAMANDO OS INCAUTOS
TUDO ERA LENDA...
LENDA DE AMOR, DE RESISTENCIA
AO VENTO QUE UM DIA SOPROU E LEVOU
LEVOU A IRONIA DO DESTINO
DESSE CORAÇÃO PEQUENINO
QUE AINDA TEIMA EM PULSAR...



ANNA KARENINA

ANDAR NAS NUVENS



UM TEMPO, UM LAMENTO
SUSPIROS SUSPENSOS
SEDE A BEIRA DA FONTE
DESEJO DE CORRER ...
NAS MONTANHAS VERDEJANTES
SUBIR, SUBIR MAIS ALTO MONTE
SOM DE ESPERANÇA...
SOM QUE OUVIDO TRAZ A TERRA
MOMENTO DE EXATIDÃO, PAZ NO CORAÇÃO
ANDAR NAS NUVENS POR VAREDAS
DE POEIRA CÒSMICA...
GRITAR A TUDO QUE FOR TERRA
NOVA ERA... ERA DE AMOR
SEM TREVAS... SEM MEDO
SEM DOR... ANDAR NAS NUVENS
PISAR NA LUA... MAR DA TRANQUILIDADE
NAVEGAR... NAVEGAR
SOMENTE NAVEGAR...



ANNA KARENINA

PORQUE NÃO VEJO MAIS, AS FIGURAS NAS NUVENS?




foto web

PORQUE NÃO AS VEJO MAIS, AS MINHAS FIGURAS NAS NUVENS?
EU DEXEI DE ACREDITAR NAS COISAS PEQUENAS, NA FLOR DE AÇUCENA
NO LIVRO DAS NUVENS ONDE EU PINTAVA MEU DESTINO
ERAM CRIATURAS ENCANTADAS... AMIGOS DE JORNADA
AMIGOS... QUE SE FORAM NO VENTO COMO AS NUVENS
SURGIA TUDO QUE EU IMAGINASSE
EU OLHAVA PRO CÈU E PENSAVA...
E LA ESTAVA DESENHADO NAS NUVENS
ANIMAIS, PÀSSAROS, CASAS ...A FLOR FELICIDADE
TUDO O QUE MEU CORAÇÃO INFANTIL ANSIAVA
HOJE NEM OLHO PRAS NUVENS,
TENHO MEDO DO QUE EU VERIA
HOJE A AMARGURA TEMPERA MEUS DIAS
O DOCE DA INFANCIA AGORA È FEL
ONDE ESTARÃO AS MINHAS CRIATURAS FEITAS DE NUVENS?
PORQUE NÃO AS VEJO MAIS?
SOMENTE O DESEJO DE VOLTAR NO TEMPO
MAS O TEMPO NÃO O VOLTA... È MESQUINHO
DEIXA O VENTO CLANDESTINO... PARA LONGE EMPURRAR
SOPRAR A MINHAS IMAGENS, QUE EU VIA NO AR
PRA BEM LONGE... MUITO LONGE
JÁ NÃO SOU CAPAZ DE SONHAR

ANNA KARENINA

Eu vi...


Eu vi o que revela a proeza da natureza
Eu vi o quanto à abelha trabalha pra fazer seu doce licor
Eu vi quanto uma arvore demora pra crescer,
Mas leva minutos pra ser cortada e morrer
Eu vi a audácia dos homens querendo ser Deus
Suas viagens ao céu a procura de nada
Aqui tanta coisa pra se achar...
Eu vi... Mas eles procuram no ar
Eu vi a destruição em massa que beira a terra
Eu vi que somente homens de bem
Ouvem e respeitam esse alerta


Anna Karenina

Na terra da poesia...Agora vou morar...




Somente no crepúsculo...
Você vai me encontrar
Estou indo de partida...
Pra onde os rios
Encontram o mar
Na terra da poesia...
Agora vou morar...
Sairei bem de mansinho...
Não avisarei ninguém
Só a você eu falo onde ...
Pode ver-me outra vez
Mas espero que assim...
Desistamos de sentir
Aquele amor agonia ...
Que me rouba a magia
Rouba-me a poesia
E a minha lucidez...
Venha jogue as pedras
Das vivencias no mar...
Solte as amarras da vida
Só vale a pena sonhar...
Vamos viver esse sonho
Ate quando ele durar...

Anna Karenina

Farei a eterna viagem...




Tardes de outono
Vozes de anjos no ar
Mares de águas mudas
Sol de raios infinitos...
Luz que desce tênue do luar
Singelas violetas no jardim
Onde estou nesse momento
Sonhos de encantamento... Ou vida real?
Sentindo o perfume das angélicas
 Olhando a beleza das rosas
Caminhando nos igarapés
Na areia cristalina... Onde cubro meus pés
Sonhar com um mundo sem fim
Um amor sem ter de acabar
Sinto a solidão sair da minha vida
Busco a essência das madeiras do oriente
Das acácias e das flores de natal
Estou indo de encontro ao meu destino
Levando na bagagem tudo que sonhei
Farei a eterna viagem...
Com tudo que na alma depositei
Amores... canções... poesias e orações

Dançamos o minueto




A saudade em compasso
Saudades de teu abraço
Na luz que irradiava da lua
No vazio... De uma noite de verão
Meus olhos estavam cegos
Cegos de tanta esperança
Que não tinham enxergado
Que no compasso da dança
Havia a despedida.
Deixando só a lembrança
Dançamos um minueto
Sem salão de aristocracia
Não havia realeza
Somente nossa beleza
A nossa fresca juventude
Que sorria em todos os poros
Dançamos o minueto
No compasso a luz da lua
Nessa noite eu era tua
E a lua era minha...

Anna Karenina

LEVANTA A CABEÇA E ENXUGA AS LÀGRIMAS



LEVANTA A CABEÇA E ENXUGA AS LÀGRIMAS
NINGUEM FOI FEITO PRA SOFRER
CONHEÇA SEU LUGAR NO PLANETA
E DESCUBRA QUE NINGUÈM
FOI FEITO PRA MORRER
DEVIDO UM INCIDENTE DE PERCURSO
È QUE SOFREMOS E VOLTAMOS AO PÒ
TALVEZ UM DIA TUDO MUDE
E O MUNDO FIQUE BEM MELHOR
NADA QUE EXISTE VEIO DO ACASO
VOCE FOI FEITO COM PRIMOR
POR ISSO NADA VAI...
... SE PERDER SE BOM FOR
ESSA È A PROMESSA DO CRIADOR

ANNA KARENINA

CORRENDO PARA O FUTURO



NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR
O CAMINHO DAS AGUAS,
LENTAS E TORTUOSAS
NESSA NOITE DE INVERNO
O FRIO CORTAVA MEU ROSTO
NO VENTO QUE NELE BATIA
ESPERANÇA EU LEVAVA,
ESPERANÇA EU TRAZIA
OS CAMINHOS BANHARAM-ME
NUM RIO DE MAGIA
QUANTO MAIS EU NADAVA
MAIS AFOGADA SENTIA
AFOGADA POR SENTIMENTOS,
LAMENTOS E SAUDADES
ESPEREI, E TOMEI FOLEGO
RUMO A FELICIDADE
A AGUA LIMPA O CHÃO,
A ALMA ATÈ A DOR
DE QUEM NUNCA SENTIU NA PELE
O QUE È TER UM GRANDE AMOR
LEVANDO ADIANTE MEUS PASSOS,
BEM JUNTO A CORREDEIRA
ONDE A AGUA ERA MAIS LIMPA
QUE UMA PEDRA DE CRISTAL
CONSEGUI REVER MEU SONHO
TÃO REAL E TÃO SEGURO
CONSEGUI ENTRAR NAS AGUAS
CORRENDO PARA O FUTURO

ANNA KARENINA

Eu acredito




Eu acredito
Na força que move as montanhas
Gerando façanhas tamanhas
De nos simples mortais
Eu acredito
Na obediência do mar
Na promessa de não deixar
As ondas invadirem a terra
Eu acredito
Nas lágrimas brilhantes
Que rolam como diamantes
Em olhos que visualizam as guerras
Eu acredito
Num paraíso bonito
Que um dia foi perdido
Nas mãos de seres banais
Mas esse mesmo paraíso
Um dia restabelecido
Não haverá lágrimas... Jamais

Anna Karenina

ANA CRISTINA




FLOR LINDA, AVELUDADA.
POR DO SOL E SOL NASCENTE
ÉS BELA COMO O ARREBOL
DE UM DIA DE LUZ BRANCA
ANJO DE ASAS COLORIDAS
È VOCE FILHA QUERIDA


ANNA KARENINA

A MINHA FILHA :ANA CRISTINA