segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O querubim cobridor



EZ 28:14 - Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo ... e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. ...


Levas consigo um segredo
De astros e constelações
É fogo no livro dos dias
Era a maldita maçã
Com eles fez trato de morte
Jogou por terra a nação
E os viu serem expulsos
Sentindo o prazer da vitoria
Em guerras agora ele vive
Mas dessa vez sem ter glorias
Só espera o seu castigo eterno
E o fim da sua memória


Anna Karenina

A partida


Mais uma vez olho as àrvores milenares
Daquele sombrio bosque...
Sinto que elas se despedem de mim
Enxugo uma lágrima que em meu rosto rola
E parto em paz...
Já não sou mais criança e compreendo
Que a vida é feita de partidas e despedidas
Já não choro mais...
Mesmo as lembranças tomando conta de mim
Ouço o tropel dos cavalos
Atrelados a carruagem...
Que me levarà para longe daqui
Longe de tudo, longe de mim mesma
Longe da alegria e da tristeza
Longe do que é concreto...
Já não pertenço a esse céu
Como sendo o meu teto...
Nem a nada que vive aqui...
Minha alma esgarçada
Pela dureza da natureza
Segue muda sem um sim...
Jamais direi um não à vida
Jamais direi um sim à partida
Nem cantarei mais a mesma canção
Agora sou visitante do deserto
Morarei em tendas...
E comerei as tâmaras que colhi...
Vestirei uma longa túnica...
Cingida nos lombos por uma fita de cetim
Sentirei saudades...
Mas terei a humildade de agradecer
O que a vida fez por mim...



Anna Karenina