terça-feira, 13 de outubro de 2009

MORTE EM VIDA





A minha angustia fala por mim
Sou forasteira na terra minha
Senti o cheiro do sangue
Derramado nas guerras
Senti a maresia de outro oceano
A minha angustia não me deixa pensar
Nem refletir o porquê de eu estar aqui
Eu nasci... Cresci e morri
Morri no instante
Que descobri que estava viva
Segui por caminhos tortuosos
Cheios de pedras afiadas
Cortei os pés, mas não senti nada
Sou um ambulante fardo de emoções
Que não nasceu nem cresceu nem morreu
Nunca existi... Sou abstrata
Mas sobrevivi às muitas lutas
Internas do meu eu
Sou vento lento
Que corre as montanhas
Sou água clara que rasga
Da terra as entranhas
Sou o farol sem luz
De um porto qualquer
Guardo Junto ao meu canto triste
A dor que em mim existe


Anna Karenina

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