quinta-feira, 11 de novembro de 2010

a seca ardente que mata a esperança do pão
a enchente que em minutos causa destruição

não há mais tempos no tempo
não há mais variações no sertão

encontro o céu diferente sem alento sem som
sem exatidão

as folhas amarelas chegaram
mas sem aviso sem explicação

nada é igual a nada
tudo é diferente de tudo

que antes havia
sem explicação

espero a lua das águas
pra poder colher o sustento

depois do sol bravio
só existe tribulação

no ar as sombras da noite
agitam e apertam o coração

espero a luz das estrelas
pra me tirar da aflição

no tempo das árvores caídas
do som do terrível trovão

dos riscos de ouro no céu
anunciando a inundação

sou forte sereno tranquilo
olho o horizonte incerto

espero o tempo das flores
pra acalmar meu coração

anna karenina

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