quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ainda ouço a mesma canção da aurora
quando as portas de romper a noite
perpetua a sua melodia
ainda sinto a areia branca a brilhar
sob meus pés de menina incerteza
ainda sinto a dor de cada partida
do vestido branco
a dor da ida
minha mãe evaporando
no ar como fumaça
ainda ouço o burburinho
da voz de meu avô e meu pai
disputando
quem manda mais
no meu destino
que nunca existiu
ouço o cantar da juriti
eu não posso,não quero ir
tenho pesadelos a resolver
tenho vozes a obedecer
serei a fagulha que queima a fogueira azul
um pau de arara que roda pras bandas do sul
só silencio e a voz do vento
e da viração
onde ha caminho hoje tem espinho
a impedir-me de passar
só ficou uma alma amarga e desditosa
incapaz de sonhar

anna karenina

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