quarta-feira, 21 de julho de 2010

Agora pertenço ao mar


Não quero absolvição
Dos meus pecados confessos
Quero o segredo das horas
Do tempo eu quero apenas
Do cadeado a chave
O enigma da existência
A morada da maldade
Que até hoje me assombra
Quero o murmúrio do arroio
Do mar eu quero as ondas
Afogar-me nessa espuma
Sentir a morte chegar
Girando assim como a terra
E no fundo descansar
Onde há montanhas eternas
Gritos de monstros marinhos
Não mais voltar a superfície
Nem precisa me chamar
Agora pertenço ao mar


Anna Karenina
Poetisa descalça

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