sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uma seresta e um cantador


Quero o meu medo consciente
A reação ao desconhecido
A sombra vil das formas cegas
A luz da aurora a exatidão
Quero frutas maduras
As primícias do outono
A faca cega, a falta de sono
Os sonhos regados de absinto e mel
Os ventos leves que balançam o véu
Da virgem digna de felicidade
Quero ramalhetes de Artemísia
Fonte de absinto e vigor
Meu canto triste e sofredor
Comer o pão beber o vinho
Dado por meu senhor
Quero meu palco de luz apagada
Minha história assim contada
Ao som de um velho pinho
Quero velhas cantigas de amor
Uma seresta e um cantador


Anna Karenina

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