segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

espero o tempo das flores



a seca ardente que mata a esperança do pão
a enchente que em minutos causa destruição
não ha mais tempos no tempo
não ha mais variações no sertão
encontro o céu diferente sem alento sem som
sem exatidão
as folhas amarelas chegaram
mas sem aviso sem explicação
nada é igual a nada
tudo é diferente de tudo
que antes havia
sem motivação
espero a lua das águas
pra poder colher o sustento
depois do sol bravio
só existe tribulação
no ar as sombras da noite agitam
traz lamento e amedrontam
espero a luz das estrelas
pra me tirar da aflição
no tempo das árvores caídas
do som do terrível trovão
dos riscos de ouro no céu
anunciando a inundação
sou forte sereno tranqüilo
olho o horizonte incerto
espero o tempo das flores
pra acalmar meu deserto coração


anna karenina

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