segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

a cor azulada do frio



Quem é você?... sacrilégio disfarçado
Pedaço de mero pecado
Fantasma de um passado
Soluços do coração
Sou aquele verme maldito
Que ninguém ouviu o grito
nem escutou a cancão
Na terra de ninguém vivo agora
Nas águas sem limite repouso
Espero meu vôo rasante
Sair de uma a outra fonte
Pousar meus pés na areia
Sou solitário acaso
letra vermelha e sangrenta
Nas bolas de fogo do tempo
Relevo as asas ao vento
Espreito o amanhã ao nascer
sinto o fel da boca amarga
o lento passo do deportado
que leva o viajante cansado
A beiras das águas fresca
Esperar pela seresta
de vozes misteriosas
De sombras lamuriosas
Sou portador de boas novas
Que deixaram de existir
Sai do exílio da noite
Entrei na prisão da claridade
Sou um dia sem esperança
Noite alta sem lembrança
O choro de uma criança
Espero a sentença do vazio
a cor azulada do frio




Anna Karenina

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