terça-feira, 17 de novembro de 2009

Chuva




Chuva empresta-me tuas gotas d’água
Porque meus olhos já estão secos de lágrimas
Molha essa cabeça confusa
E solitária antes que possa explodir
Já faz tempos que te observo
E vi que tuas gotas parecem
Com as que caem
Dos meus olhos atormentados
Só não sei se são salgadas
Como as que choro
Chuva deixa eu deitar no leito do doce rio
Que formas ao cair na terra
Leva-me pra mares distantes
Sois brilhantes
Matas verdejantes
Como num sonho mágico
Leva-me a lugares onde andas
Deixando por onde passas
O cheiro profundo e abençoado de terra molhada
Demorei-me na estrada
Estou só e sem véu
Estou triste e saudosa
Leva-me de volta ao céu
Chuva varre a montanha de lama
Que se formou no meu caminho
Lava meus pés cansados
Livra-me dos espinhos


Anna Karenina

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